Ana Angélica Costa
Eu brinco que a minha história com a fotografia vem desde o útero: meus pais namoravam sob a luz vermelha do laboratório. Aos 17 anos saí da casa dos meus pais em Campinas, cidade onde Hercule Florence realizou uma das múltiplas descobertas da fotografia. Em busca de uma formação e de um propósito, percorri diferentes cidades e cursos universitários. Terminei por descobrir minha vocação para a fotografia em Santa Cruz, na Califórnia, EUA, e voltei ao Brasil.
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Me formei em Educação Artística com habilitação em História da Arte na UERJ, no Rio de Janeiro, cidade em que vivi por 18 anos. Lá fiz Especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil na PUC-Rio e Mestrado em Artes na UERJ. Durante a graduação conheci a fotografia pinhole, ou fotografia feita com câmeras artesanais, e nunca mais parei de fotografar e pesquisar essa forma de produção de imagens.
Em 2005, em parceria com duas colegas, fundei o Projeto Subsolo com o objetivo de produzir projetos de exposição, sites, livros e oficinas de artes visuais e fotografia. Lá desenvolvemos, ao longo de 10 anos, projetos como Regina Alvarez: experiência fotossensível, Pesquisas Artísticas Presentes, entre outros, e produtos como a caixa Continente: Pinhole e o livro Possibilidades da câmera obscura. Já participei de diversas exposições individuais e coletivas e de publicações, como as do Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea (2003), Prêmio Chamex de Arte Jovem (2005), I Salão Aberto Paralelo à XXVI Bienal de São Paulo (2004) e Coleção Joaquim Paiva / MAM Rio (2014).
No início de 2015 iniciei meu caminho solo em busca de um aprofundamento da minha relação com a fotografia e comigo mesma no intuito de juntar uma busca pelo autoconhecimento aos procedimentos da fotografia feita com câmeras artesanais que já vinha praticando há anos. E, coincidindo com o meu retorno à cidade de Campinas, fundei a Câmera Lúcida (www.cameralucida.com.br) e em seguida a Casa de Eva (www.casadeeva.com.br). Em 2017 fui responsável pela curadoria do eixo Imagem Mágica no Festival Hercule Florence e de lá pra cá venho realizando exposições em torno do fenômeno da câmera escura e de imagens feitas com câmeras artesanais, sempre pensando o espaço expositivo como um lugar de aprendizagem para diferentes campos de saberes, especialmente fértil para despertar um maravilhamento e sensibilizar jovens e crianças para refletirem sobre o que não vemos, sobre o que está por trás dos processos e acontecimentos que chegam a nós em forma de conceitos e imagens. Entre 2017 e 2024 fiz Curadorias e a Coordenação Artística do Festival Hercule Florence. Atualmente faço Doutorado no Instituto de Artes da Unicamp com uma pesquisa sobre a performatividade da imagem na câmara escura e recentemente fui selecionada pelo XVII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia para desenvolver a pesquisa Protagonismos femininos na fotografia experimental brasileira, em parceria com Rosa Bunchaft. Em 2025 tive o projeto As mariposas e a luz selecionado no FICC, que irá transformar um conteiner em câmara escura e proporcionar diálogos sensíveis em duas localidades na cidade de Campinas durante o segundo semestre.
cursos, vivências e oficinas:
elaboração de projetos, gestão e curadoria de exposições:
Contato
contato@cameralucida.com.br
19 99405-5656
Créditos
design: silvia ribeiro
fotos de Ana Angélica:
Marian Starosta - acima
Ricardo Lima - abaixo
